Home / Saúde / Autismo: comportamentos devem ser observados desde os primeiros meses de vida
autismo

Autismo: comportamentos devem ser observados desde os primeiros meses de vida

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento com apresentações heterogênicas na capacidade de comunicação, interação social e comportamento. Ou seja, “cada criança é uma criança” e manifestará os sintomas de forma particular.
Geralmente, os sinais se tornam mais evidentes a partir dos dois anos de idade, quando as interações sociais começam a ser mais necessárias. Em alguns casos, algumas características que podem indicar um possível autismo já podem ser observadas a partir dos dois meses de vida.
Até completar um ano, toda criança deve passar em consultas mensais com pediatra, oportunidade para profissional e família identificarem alterações no seu desenvolvimento. O ideal é procurar ajuda médica ao primeiro sinal de alguma alteração do desenvolvimento ou comportamento da criança.
Pais e pediatras devem ficar atentos à criança que: faz pouco ou nenhum contato visual; sorri pouco ou responde ao sorriso dos pais; não acompanha os pais com o olhar; não olha quando chamado pelo nome; não aponta o quer; tem expressões faciais reduzidas; não balbucia palavras; não compartilha seus interesses com os pais; pode ter redução ou regressão dos marcos do desenvolvimento.
As crianças com autismo manifestam o transtorno de diversas formas, dependendo dos circuitos neurais acometidos e de condições psicossociais. Quando o pediatra detecta alguma alteração, pode encaminhar essa criança para avaliação com neurologista ou psiquiatra infantil.
Diagnóstico – O diagnóstico do autismo é clínico e multiprofissional, necessita também da avaliação de fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Não existem exames laboratoriais ou de imagem que confirmem o distúrbio. Quanto mais precoce o diagnóstico do autismo, melhor a possibilidade de resposta ao tratamento.
Psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infanto Juvenil Penha, o médico Florisvaldo Torres explica que a capacidade do cérebro de aprender e reorganizar seus circuitos neurais é maior até os cinco anos de idade, um fenômeno chamado de neuroplasticidade.
Porém, independentemente da idade do diagnóstico, toda criança autista deve receber os cuidados que necessita, seja da esfera da saúde, bem como de toda rede de apoio psicossocial.
Na capital, as 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) contam com pediatras, clínicos e médicos de família, que também possuem treinamento para identificação de sinais precoces de algum transtorno do neurodesenvolvimento.
A rede SUS na cidade de São Paulo conta com os Caps, distribuídos nas diferentes regiões do município, que possuem equipe multiprofissional especializada no cuidado, não somente para casos de autismo, mas também todas as condições de sofrimento mental.
Os dois equipamentos podem ser procurados pela família para uma avaliação e a partir dela será determinado o melhor local para tratamento e acompanhamento dessa criança.
Cada criança deve ser avaliada individualmente e com a identificação de suas demandas, um projeto terapêutico é traçado para auxiliá-la a ter comportamentos mais adaptativos e funcionais.
“Vale ressaltar que além dos cuidados em saúde, e tão importante quanto, é essa criança estar inserida em outros ambientes sociais ou de cuidado, como escola e esportes. O autista sempre deve ser visto de forma integral e atendido nas suas necessidades reforçando suas características positivas e modulando e readaptando os comportamentos mais disfuncionais”, salienta o psiquiatra.
Dessa forma, é importante que os pais de autistas saibam reconhecer e respeitar as limitações dos seus filhos, entendendo o tempo deles e estimulando e apoiando o necessário para facilitar uma boa resposta ao tratamento e às terapias.
“Não existe qualquer trabalho com crianças sem o trabalho conjunto com a família”, define Florisvaldo Torres. Os pais são protagonistas desse processo com a responsabilidade do cuidado diário e a manutenção das orientações dadas pelos profissionais para serem seguidas no cotidiano. (Fonte: capital.sp.gov.br)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *