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Saúde da capital capacita médicos e enfermeiros para identificar a doença falciforme

Em alusão ao Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, celebrado em 27 de outubro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lançou nesta semana um curso de educação a distância (EAD) para capacitar médicos e enfermeiros da rede municipal no atendimento de urgência e emergência às pessoas com doença falciforme (DF). A iniciativa é realizada pela Escola Municipal de Saúde (EMS), da gestão municipal, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)/Hospital São Paulo.
“O curso pretende incorporar uma abordagem clínica atualizada durante a admissão do paciente em unidades de urgência do município”, explica a assessora técnica de Saúde Integral da População Negra, da Atenção Básica da SMS, Valdete Ferreira dos Santos.
Genética e hereditária, a anemia falciforme caracteriza-se por uma mutação no gene que produz a hemoglobina A, fazendo surgir uma hemoglobina mutante denominada S. Essas células alteradas tomam a forma de foice (daí o nome falciforme) e não circulam facilmente pelos vasos sanguíneos. Esse bloqueio na circulação impede a chegada do oxigênio aos tecidos, o que faz com que seja uma doença grave que pode causar anemia, lesões em vários órgãos e sistemas, infecções frequentes, e, se não for tratada, levar à mortalidade precoce.
Descrita pela primeira vez em 1910, a doença falciforme foi encontrada originalmente na África, em países árabes e na Índia, e foi trazida ao Brasil pela imigração de pessoas africanas para serem escravizadas. A doença se manifesta mais na população negra (preta e parda), mas, com a miscigenação no país, também pode ser encontrada na população branca afrodescendente.
Diagnóstico – A doença se manifesta, na maioria das vezes, após os seis meses de vida do bebê, mas o diagnóstico deve acontecer na primeira semana do nascimento, como é estabelecido no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), por meio do teste do pezinho.
No município de São Paulo, a coleta é feita na maternidade e o material é encaminhado ao Instituto Jô Clemente (IJC), que é parceiro da SMS no Serviço de Triagem Neonatal (STNN). Neste ano, até setembro, 64.344 crianças fizeram o teste na rede municipal. Durante todo o ano de 2022 e 2021, foram triadas 104.550 e 123.356 crianças, respectivamente.
Ao detectar resultados alterados, o IJC convoca, orienta os familiares e encaminha as crianças aos Centros de Referência de Atendimento aos Portadores de Hemoglobinopatias (CRAPHs), onde serão cadastrados, vinculados e acompanhados por hematologistas. Neste ano, até agosto, 39 diagnósticos foram confirmados.Já para crianças maiores e adultos, o diagnóstico pode ser feito por meio do exame de eletroforese de hemoglobina, disponível nas 470 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo.
Após o diagnóstico, o paciente passa a ser acompanhado pela UBS de referência e é encaminhado para iniciar o tratamento em um serviço especializado, com apoio de um hematologista e outros especialistas. O atendimento a pessoas com DF nos serviços de saúde da capital foi consolidado com a Linha de Cuidados em Doença Falciforme da Atenção Básica, desenvolvida com o suporte da Área Técnica da Saúde da População Negra da SMS. Fonte: capital.sp.gov.br

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